Nos últimos dois anos, o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Piauí (SINTUFPI) passou por um período de mudanças internas que envolveram participação institucional, melhorias estruturais e redefinição de sua organização política. As ações se conectam a debates realizados dentro da UFPI, à mobilização da categoria e às discussões que culminaram na aprovação de um novo estatuto.
Representantes da diretoria do SINTUFPI integraram o Conselho Universitário (CONSUN) ao longo do período, acompanhando pautas que resultaram em medidas voltadas aos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs). Uma delas foi a aprovação da normativa que regulamenta o processo de remoção interna, tema que historicamente gerava dúvidas e fragilidades dentro da instituição.
Segundo Otatiana, integrante da representação no conselho, a normativa traz maior segurança ao servidor:
“O processo de remoção sempre foi muito sensível. Com regras claras, o servidor deixa de depender de acordos informais e passa a ter um caminho objetivo para solicitar a mudança de setor ou campus.”
Paralelamente às discussões institucionais, a sede do sindicato recebeu intervenções necessárias para melhorar o uso dos espaços pelos filiados. O campo de futebol foi equipado com sistema de irrigação e nova iluminação, garantindo condições adequadas para atividades esportivas. Outra ação de impacto foi a aquisição de uma subestação elétrica, que gerou redução de gastos com energia e deu mais autonomia ao sindicato.
O presidente Bartolomeu explica que as mudanças atendiam demandas acumuladas:
“A subestação trouxe economia imediata, e as melhorias no campo eram indispensáveis para manter o espaço funcional. São intervenções básicas, mas que estavam pendentes e agora atendem melhor os servidores.”
O período também foi marcado pela greve de 2024, considerada uma das maiores já registradas na UFPI. A mobilização resultou em acordos que seguem em fase de implementação, entre eles o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), previsto para ser concluído até abril de 2026.
Para Bartolomeu, o movimento reorganizou as prioridades da categoria:
“A greve recolocou reivindicações importantes na mesa e reforçou a importância da negociação coletiva. Alguns resultados estão em execução, mas fazem parte do processo iniciado naquela mobilização.”
O ciclo se encerra com a aprovação do novo estatuto do SINTUFPI, elaborado por uma comissão composta por representantes da sede e dos campi. O documento substitui o modelo presidencialista por uma estrutura colegiada, com três coordenadores gerais e coordenações temáticas distribuídas em áreas como formação sindical, comunicação, política institucional, patrimônio, cultura, saúde e assistência.
O novo estatuto também estabelece critérios mais rígidos de transparência, define prazos para transição de gestão, incorpora mecanismos de participação dos campi no processo decisório e regulamenta processos antes pouco formalizados, como substituições temporárias, composição de comissões e funcionamento das subseções.
Para Otatiana, a atualização responde a uma necessidade acumulada:
“O estatuto antigo não acompanhava mais a realidade do sindicato. A nova estrutura fortalece a participação dos campi e reorganiza a forma como as decisões são construídas.”
O presidente Bartolomeu destaca que o estatuto inaugura uma nova etapa de funcionamento interno:
“A mudança não é apenas formal. Ela reorganiza o sindicato para que ele funcione de maneira mais coletiva e menos centralizada. O modelo colegiado permite que decisões não dependam de uma única figura, mas de um conjunto de coordenações que representam melhor a base.”
O conjunto de mudanças marca uma fase de reorganização interna e reposicionamento político do sindicato, que inicia um novo capítulo sob a estrutura aprovada.